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Paraiba

Pastor investigado por golpe de R$ 3 milhões contra fiéis se entrega à Justiça da Paraíba

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Péricles Cardoso de Melo se apresentou à Justiça na manhã desta quarta (1º). Pastor estava foragido desde setembro e é investigado por estelionato após um golpe de cerca de R$ 3 milhões contra fiéis em uma igreja de João Pessoa. Péricles Cardoso de Melo é o pastor investigado por estelionato aplicados em fiéis da igreja

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O pastor Péricles Cardoso de Melo, investigado por estelionato após um golpe de cerca de R$ 3 milhões contra fiéis em uma igreja de João Pessoa, se apresentou à Justiça da Paraíba, nesta quarta-feira (1º). Em 22 de setembro, o pastor teve a prisão preventiva decretada após pedido do Ministério Público da Paraíba e era considerado foragido.

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A defesa do pastor apenas informou que Péricles se apresentou à Justiça no Fórum de Mangabeira, mas não deu mais detalhes. A audiência de custódia do pastor, realizada pelo juiz Isaac Torres Trigueiro de Brito, vai definir os procedimentos judiciais acerca do caso que envolve o pastor investigado por estelionato após um golpe contra fiéis.

O mandado de prisão foi emitido pelo juiz Isaac Torres Trigueiro de Brito. Além de estelionato, o pastor também é investigado pelo crime de apropriação indébita. Mais de 30 vítimas de golpes foram identificadas no inquérito. A congregação onde ele era pastor também foi vítima de furto, estimado em R$ 17 mil.

Como agia o pastor

Uma das vítimas de golpes de pastor em igreja de João Pessoa falou à TV Cabo Branco

TV Cabo Branco

Uma vítima do pastor evangélico deu detalhes de como acontecia o golpe, em entrevista à TV Cabo Branco. O homem é uma das vítimas do pastor Péricles Cardoso de Melo e preferiu não ser identificado. Ele disse que o líder religioso pedia dinheiro para fazer reformas na igreja ou como doação para ele próprio. Mas desde o começo, ele achou estranha a forma como o pastor o abordou, pedindo contribuições para reformar a igreja.

"No começo achei estranho, porque ele chegou com uma maquineta, e aí disse 'você passa o cartão aqui', a gente saca o valor e com esse valor vamos comprando material de construção, pagando a mão de obra, e as coisas iriam acontecer", disse.

A vítima disse que viu algumas reformas acontecerem, mas começou a desconfiar que se trava de um golpe quando, após pedir o cartão do fiel emprestado, o pastor atrasou o pagamento pela primeira vez.

"Eu perguntei o que aconteceu, o pastor disse que 'houve um problema na maquineta, um problema com o banco, que não estou conseguindo sacar o dinheiro', algo mais ou menos nesse sentido. Eu achei estranho, mas ele era uma pessoa tão amigável. Ele começou a chorar dizendo que não queria sujar meu nome", relata.

Com todos os cartões somados após os golpes do pastor, dívidas na casa de R$ 90 mil foram feitas apenas no nome dessa vítima, e a tendência é de que os valores subam ainda mais por conta dos juros.

"Quando somou-se todos os cartões, era aproximadamente R$ 90 mil. Hoje, por conta dos juros, está em torno de R$ 140 mil a dívida", disse.

"Ele ia fazendo novas vítimas, e uma coisa que ajudava muito era que ele pedia discrição. Dizia 'olha, ajude seu pastor, não comente nada com ninguém'. Na hora de aplicar os golpes, ele não poupou ninguém", conta uma das vítimas no caso.

Pastor admite uso de cartões

No mês de outubro, o pastor divulgou um vídeo admitindo ter usado os cartões dos fiéis da igreja emprestados. No mesmo vídeo, ele alega inocência, dizendo que "não fugiu e que não é ladrão".

"Eu fiz algumas coisas na igreja. Reformas, trabalhos, salas, auditórios e salas de músicas. Alguns irmãos emprestaram cartões e eu fui pagando. Tem cartões que há mais de um ano eu venho comprando e pagando nas datas certas, até antes", disse.

Na versão do pastor, no entanto, ele diz que desde meados deste ano surgiram dificuldades para pagar os valores nos cartões de crédito dos fiéis.

O que diz a congregação do pastor

A Assembleia de Deus na Paraíba informou, por meio de nota, que Péricles Cardoso de Melo teria praticado crimes, como estelionato e furto, contra a igreja, congregados e pessoas próximas. Diante de evidências apresentadas em uma reunião, o suspeito foi afastado das suas funções eclesiásticas.

Também informaram que foi aberto um procedimento disciplinar administrativo por parte da denominação Assembleia de Deus na Paraíba, além de acionarem as autoridades competentes para apuração das denúncias.

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