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Caso Rafaela: jovem relatou na escola que não queria voltar para casa, diz diretora


Rafaela Ingrid estava desaparecida e foi encontrada morta, com sinais de violência, neste domingo (2), em João Pessoa. Rafaela Ingrid tinha 18 anos e sumiu após sair da casa da namorada, em João Pessoa; dias depois, foi encontrada morta com sinais de violência

Reprodução/TV Cabo Branco

A jovem que estava desaparecida e foi encontrada morta neste domingo (2), em João Pessoa, teria chorado e relatado na escola onde estudava que não queria voltar para casa. A informação foi revelada pela diretora da unidade escolar à TV Cabo Branco nesta segunda-feira (3).

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Segundo Lígia Fernandes, diretora da escola municipal onde Rafaela Ingrid estudava, no bairro dos Bancários, em João Pessoa, na última quarta-feira (29) a estudante estava abalada e teria relatado que não queria voltar para casa.

"Ela me procurou na direção, sentou comigo, desabafou, chorou muito... Na conversa orientei ela que ela buscasse ajuda e que ela pudesse encontrar um local para passar a noite, porque ela estava sem querer voltar pra casa. Perguntei se ela queria conversar com psicólogo e ela disse 'quero não porque é obrigação da minha família ajudar'. Disse a ela 'tome água, vá no banheiro, lave o rosto'... Ela voltou para a sala e assistiu aula normalmente", disse a diretora.

No dia seguinte, a jovem já não retornou mais à escola.

A diretora também disse que ajudou da forma que pôde e que sempre incentivou Rafaela a concluir os estudos. Ela cursava o 9º ano do Ensino Fundamental, e estava fora da faixa correta para a idade.

"O que eu pude fazer para ajudá-la eu fiz... E eu queria que ela terminasse pelo menos o 9º anos para ver se ela tinha algum futuro pra frente", disse.

Nesta segunda-feira (3) não houve aula na escola em respeito a morte da estudante. Não há informações sobre o velório e sepultamento de Rafaela Ingrid. O corpo segue no Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa.

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Investigação

De acordo com a delegada Luísa Correia, da Polícia Civil em João Pessoa, a investigação do crime teve início na última sexta-feira (31) quando houve o registro do desaparecimento de Rafaela Ingrid. Após o corpo ser encontrado, no domingo (2), vários exames de perícia foram realizados.

Nesta segunda-feira (3) a Polícia Civil iniciou o levantamento de possíveis imagens de circuitos de câmera instalados na região onde o corpo foi encontrado, para tentar identificar pessoas que indiquem a autoria do crime. Cerca de três linhas de investigação estão sendo consideradas.

Ainda segundo a delegada, o suspeito que chegou a ser preso foi visto com a vítima, mas não havia depoimento formalizando a informação. O suspeito teria afirmado que esteve com Rafaela, mas disse que ela saiu do local com uma terceira pessoa.

"Essa pessoa informou endereço, se disponibilizou a fornecer outras declarações, outros depoimentos e materiais que fossem necessários e a gente vai esperar a prova técnica pra que nos informe de forma precisa e certa se ele realmente teve participação no homicídio", explicou a delegada.

A possibilidade da jovem ter sido vítima de violência sexual, assim como a participação de mais de uma pessoa no crime, também está sendo investigada.

Entenda o caso

O corpo de Rafaela foi localizado por ciclistas que passavam perto do local e sentiram um cheiro forte no domingo (2). Eles acionariam a Polícia Militar, que localizou o corpo durante as diligências. Familiares de Rafaela, que também moram na mesma região, reconheceram o corpo.

Conforme o perito Aldenir Lins, o corpo já estava em estado avançado de decomposição. Segundo ele, a provável causa da morte é enforcamento já que a vítima tinha um saco plástico amarrado em volta do pescoço. O estado do cadáver também indica que a morte aconteceu provavelmente no amanhecer da quinta-feira (30), conforme o perito.

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Reprodução/TV Cabo Branco

A vítima estava desaparecida desde a última quarta-feira (29), quando foi vista pela última vez com o homem considerado suspeito, que mora na mesma comunidade em que a vítima morava. Eles se conheciam há apenas três dias, segundo o delegado Giovani Giacomelli.

De acordo com a Polícia Militar, na noite do desaparecimento este suspeito saiu de casa e só retornou perto do amanhecer da quinta-feira (30). Ele também teria sido a última pessoa que também falou com a vítima, por volta das 1h da manhã da quinta.

Logo após o corpo ser encontrado, o homem de 24 anos foi detido e estavam com vários arranhões pelo corpo – alguns cicatrizados. Populares da comunidade onde Rafaela e o suspeito moravam tentaram o linchar.

O suspeito de 24 anos, natural de Gurinhém, foi detido e encaminhado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, em João Pessoa. Ele prestou esclarecimentos e foi liberado.

O delegado Giovani Giacomelli explicou que não existem provas que embasem uma prisão preventiva. Outros exames de perícia serão feitos para constatar se a jovem foi vítima de outros tipos de violência e atestar a autoria do crime. O perito afirma que material genético do suspeito também foi coletado e um cruzamento com vestígios encontrados em Rafaela também será feito.

O caso segue em investigação.

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