Informação faz parte é resultado do projeto piloto no âmbito do Programa CGU Presente, com a avaliação dos procedimentos de inclusão e de averiguação cadastral de famílias com um integrante no CadÚnico. CGU identifica inconsistência na composição de famílias unipessoais no CadÚnico em Cabedelo e Rio Tinto Warley Kenji/Prefeitura de MogiA Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma inconsistência na composição de famílias unipessoais registradas no Cadastro Único em Cabedelo e Rito Tinto. A informação faz parte é resultado do projeto piloto no âmbito do Programa CGU Presente, com a avaliação dos procedimentos de inclusão e de averiguação cadastral de famílias com um integrante no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). De acordo com as entrevistas e análise da documentação apresentada, a CGU verificou a ocorrência de famílias registradas no Cadastro Único como unipessoais e que possuem indicativos de a composição não ser unipessoal. Em Cabedelo, das 19 famílias entrevistadas, 42% delas possuem indicativo de sua composição não ser unipessoal.Em Rio Tinto, a partir da realização de entrevistas domiciliares envolvendo 25 famílias, 17 delas, correspondente ao percentual de 68%, há indicativos de a composição familiar não ser unipessoal. O objetivo das entrevistas, além de identificar padrões de composição familiar, foi de alterar essa composição. O projeto apontou indicativos de situações que possam caracterizar inadequação da condição registrada de família unipessoal, considerando outras bases governamentais, conforme detalhado no relatório, e cujos resultados podem orientar a atuação do MDS e a priorização de suas ações.CGU PresenteEm agosto de 2023, havia 42.816.202 de famílias inscritas no CadÚnico, sendo que a quantidade de famílias unipessoais na mesma data era de 15.162.806 (35,4%), percentual acima do valor identificado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A CGU, levando em consideração o crescimento de famílias unipessoais inscritas no CadÚnico, especialmente aquele ocorrido entre 2021 e 2022, e as iniciativas adotadas pelo MDS em 2023, inclusive aquelas executadas em âmbito municipal, também relacionadas às famílias com apenas uma pessoa, buscou-se avaliar se os procedimentos de inclusão e averiguação cadastral de famílias unipessoais são suficientes para a adequada qualificação do CadÚnico e a consequente focalização dos programas sociais.Assim, foram selecionados 60 entes federativos (59 municípios e o Distrito Federal), a partir de critérios relacionados ao percentual de famílias unipessoais inscritas no Cadastro Único em agosto de 2023, sendo 10 na Região Norte, 23 no Nordeste, 6 no Centro-Oeste, 13 no Sudeste e 7 no Sul. Na Paraíba, foram selecionados os municípios de Cabedelo e Rio Tinto. Para avaliação nos municípios, foram realizadas, no período de 16 a 30 de outubro de 2023, entrevistas, a partir de roteiros semiestruturados, com representantes da gestão municipal, profissionais que atuam nos postos de atendimento do CadÚnico, representantes do Conselho Municipal de Assistência Social e cidadãos residentes no município que, em agosto de 2023, apresentavam registro como família unipessoal no CadÚnico; de forma complementar, foram realizadas análises documentais, com o intuito de identificar os controles existentes em relação aos procedimentos de inclusão e de averiguação cadastral de famílias unipessoais.Avaliação em CabedeloDe acordo com as entrevistas e análise da documentação apresentada, verificou-se que os recursos do PROCAD-SUAS não foram utilizados e havia, inclusive, desconhecimento por parte da Secretária de Assistência Social a respeito da transferência desse recurso ao município.Quanto aos procedimentos definidos pela gestão para serem aplicados no âmbito dos postos de atendimento, voltados para o público que esteja realizando cadastramento no Cadastro Único ou atualização cadastral de registro como família unipessoal, os cadastradores mencionaram que são insuficientes e que há necessidade de aplicação de procedimentos próprios pelos profissionais que atuam nos postos de atendimento, de forma a conferir maior confiabilidade na identificação da efetiva composição familiar, assim como que os beneficiários prestam informações falsas e que têm que realizar consultas em outros sistemas para confirmar as informações, ao mesmo tempo informaram que as visitas, suspensas, são o método mais eficaz de checar a composição das famílias.Em relação ao controle social, exercido por meio do Conselho Municipal de Assistência Social, não há ações continuadas, desenvolvidas pelo Conselho, para fiscalizar as ações do Cadastro Único; foi indicado que somente se reúnem para aprovar as prestações de contas. Assim, o trabalho revelou fragilidade em relação à atuação da instância de controle social para acompanhar e fiscalizar o processo de qualificação cadastral relacionado às famílias unipessoais.Avaliação em Rio TintoQuanto à aplicação de recursos do Programa de Fortalecimento Emergencial do Atendimento do Cadastro Único no Sistema Único de Assistência Social, verificou-se que o município tem desenvolvido ações para a adequada aplicação dos recursos repassados pelo PROCAD-SUAS, mediante a elaboração e a execução do Plano de Ação e de Aplicação Financeira, o que vem proporcionando a obtenção de resultados mensuráveis, especificamente acerca da atualização e da regularização dos cadastros de famílias unipessoais. Por seu turno, o alto índice, de cerca de 40%, de famílias unipessoais não localizadas pela equipe de averiguação cadastral do Município evidencia as inconsistências na qualificação das informações constantes do CadÚnico. Verificaram-se, ainda, fragilidades nos procedimentos adotados pela gestão municipal para cadastramento e atualização cadastral das famílias unipessoais, o que reforça a importância de ações continuadas de capacitação técnica dos entrevistadores sociais e dos demais operadores do Sistema de Cadastro Único. Em relação à atuação do Conselho Municipal de Assistência Social, constatou-se que, apesar de os membros do CMAS terem conhecimento do alto índice de cadastros unipessoais no CadÚnico, inexistem quaisquer registros que evidenciem a atuação do CMAS no efetivo acompanhamento e na fiscalização das ações conduzidas pelo município no processo de qualificação do CadÚnico relacionadas às famílias unipessoais.Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba