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Caso Júlia: acusada de matar filha a facadas em João Pessoa vai a júri popular

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De acordo com os autos do processo, após receber uma mensagem do seu então companheiro, a acusada foi até o berço em que sua filha estava deitada e desferiu mais de vinte golpes de faca na criança. O crime aconteceu em outubro de 2023. Julia, de 1 ano, foi morta a facadas em João Pessoa; mãe se entregou à polícia após o crime

TV Cabo Branco/Reprodução

A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital decidiu que a mulher acusada de matar a filha de 1 ano a facadas em João Pessoa será levada a júri popular. O crime aconteceu em outubro de 2023, no bairro do Geisel, em João Pessoa. Na ocasião, a ré Eliane Nunes da Silva, de 27 anos, se entregou à polícia e confessou o crime durante o interrogatório. A decisão também pronunciou a acusada e a tornou ré pelo crime, além de definir que ela deve permanecer presa preventivamente.

A juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho, responsável pela decisão, pronunciou a ré por homicídio qualificado, considerando que o crime foi cometido por motivo torpe, com emprego de meio cruel, de forma que dificultou a defesa da vítima. Além disso, também considerou que o crime foi cometido contra uma menor de 14 anos e pela própria mãe da vítima. De acordo com a decisão, a defesa não alegou causas para a diminuição da pena.

A decisão não definiu a data, o horário e o local do júri popular.

O advogado de defesa da acusada, Jardiel Oliveira, afirmou ao g1 que vai recorrer da decisão em relação a qualificadora de motivo torpe e vai pedir novamente que Eliane Nunes aguarde o julgamento em liberdade.

De acordo com os autos do processo, após receber uma mensagem do seu então companheiro, a acusada foi até o berço em que sua filha estava deitada e desferiu mais de vinte golpes de faca na região do abdômen, costas e pescoço da criança. Ainda com manchas de sangue nos braços, Eliane apresentou-se à autoridade policial, confessou o crime e confirmou as razões que a fizeram cometê-lo.

Nas alegações finais, o Ministério Público da Paraíba pediu a pronúncia da ré, afirmando que existem provas da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria. Na ocasião, a defesa de Eliane pediu que ela não fosse pronunciada, alegando insuficiência de provas de autoria e pediu a exclusão da qualificadora do motivo torpe, além de requerer a liberdade provisória da acusada. O MPPB se manifestou contrário ao pedido.

A juíza considerou que a materialidade do homicídio foi comprovada através do Laudo de Exame em Local de Morte Violenta e pelo Laudo Cadavérico da vítima.

Em relação aos indícios de autoria do crime, a justiça considerou provas colhidas no recebimento da denúncia, além de considerar os depoimentos prestados na instrução processual pelas testemunhas do homicídio, que também confirmaram que a acusada foi a autora do crime.

Prisão preventiva mantida

A justiça também decidiu que a ré deve permanecer presa preventivamente porque há provas de existência de crime e indícios que comprovam que Eliane foi a autora do homicídio.

A juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho afirmou que a decisão se justifica pela garantia da ordem pública, considerando que a denunciada cometeu crime sem oferecer oportunidade de defesa para a vítima, destacando a gravidade do crime e a periculosidade social da acusada, o que, segundo a decisão, faz merecer conduta rigorosa do Poder Judiciário.

Relembre o caso

Família se despede de Júlia que foi morta pela própria mãe em João Pessoa

Eliane Nunes, de 27 anos, foi presa no dia 26 de outubro de 2023, após confessar que matou a própria filha, de 1 ano, para não perder a guarda da menina para o pai, em João Pessoa. O crime aconteceu no condomínio onde a suspeita mora, no bairro do Geisel.

A menina de 1 ano foi assassinada a facadas, dentro do berço, e teve ferimentos em várias regiões do corpo, entre elas o abdômen, as costas e o pescoço.

Ainda segundo o delegado, o crime aconteceu após uma discussão da mãe com o pai da bebê, de quem estava em processo de separação.

"Ela alegou que hoje de manhã teve uma confusão com o marido, e que ele disse que queria se separar, que a relação não estava dando mais certo. Ele teria dito que a criança ia ficar com ela, mas ele ia procurar a Justiça para detalhar a guarda compartilhada, ajuda financeira e sentimental para ficar com a filha", contou o delegado.

Bruno explicou ainda que após a discussão, o pai foi trabalhar, e em seguida ela cometeu o crime.

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