Jornalista Carol Diógenes, que produziu documentário sobre o crime, disse que agora 'o final pode ser diferente'. Já o escritor Bruno Ribeiro, que escreveu livro sobre o caso, afirmou que espera 'o mínimo de conforto para as vítimas'. Eduardo dos Santos foi preso nesta terça-feira (19). Crime conhecido como 'Barbárie de Queimadas' completa dez anos com somente um dos condenados preso em regime fechado Carol Diógenes/Arquivo PessoalCom a prisão do mentor da "Barbárie de Queimadas", efetuada nesta terça-feira (19) no Rio de Janeiro, autores de obras que recontaram o crime voltaram a repercutir o episódio. Eduardo dos Santos Pereira foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão, mas estava foragido desde 2020.A jornalista Carol Diógenes, que dirigiu, roteirizou, produziu, fotografou e montou o documentário "A década em que nada mudou", comemorou a prisão de Eduardo dos Santos Pereira, afirmando que "agora, finalmente, o final pode ser diferente". "Um dia feliz para nós. Eduardo foi preso. Finalmente. Enfim o final do documentário pode ser diferente. Finalmente", relatou a jornalista.'A década em que nada mudou': documentário conta a história da Barbárie de QueimadasReprodução/g1No documentário produzido por Carol, foram ouvidos jornalistas, policiais, delegados, entre outras pessoas que atuaram diretamente na apuração do crime, que abalou a cidade de Queimadas. Para ajudar na composição, foram utilizadas imagens de reportagens feitas durante a última década, que auxiliaram na reconstituição da memória do caso.A produção ganhou o prêmio de melhor "Documentário jornalístico e grande reportagem em vídeo e televisão" no Expocom Nacional, um dos maiores congressos acadêmicos da área da comunicação, e está disponível no YouTube.Mentor da 'Barbárie de Queimadas', Eduardo dos Santos é preso após 3 anos foragidoTambém nas redes sociais, o escritor Bruno Ribeiro, autor do livro "Era Apenas Um Presente Para Meu Irmão - A Barbárie de Queimadas", também comentou a prisão de Eduardo.Ele relatou que ao escrever a obra, sabia que terminaria com a lacuna da fuga do mentor do crime. Agora, para ele, a prisão de Eduardo representa a última página escrita."Que essa recaptura traga o mínimo de conforto para as vítimas. E assim, a última página foi escrita", escreveu Bruno Ribeiro. O livro escrito por Bruno Ribeiro foi lançado em 2023. A obra reconta como os criminosos pensaram no crime. Onde eles definiam o ocorrido como uma brincadeira e que eles não seriam presos.Bruno entrevistou mais de 100 pessoas com algum tipo de relação com o caso, sejam elas de forma direta ou de forma indireta. Na época do lançamento do livro, ele disse em entrevista à TV Paraíba que esperava que a obra fosse "um grão de areia na luta para recapturar Eduardo de Santos Pereira".Obra que reconta a barbárie de Queimadas, na PB, é lançada em CGA "Barbárie de Queimadas" também foi tema do programa Linha Direta, em maio de 2023.Relembre o casoA "Barbárie de Queimadas" conteceu em 2012 quando cinco mulheres foram brutalmente estupradas durante uma festa de aniversário, por homens que elas consideravam serem seus amigos. Entre elas estavam Izabella Pajuçara e Michelle Domingos, mortas de forma violenta porque, durante os estupros, identificaram os agressores. Além de Eduardo, outros seis homens foram considerados culpados e receberam sentenças, enquanto três adolescentes foram sentenciados a cumprir medidas socioeducativas.LEIA TAMBÉM:Relembre cronologia e investigação do crimeBarbárie de Queimadas: 10 anosEduardo foi preso em uma casa alugada em Rio das Ostras e, no momento da prisão, estava sozinho.O mentor do estupro coletivo foi preso em 2012, condenado em 2014 e estava foragido desde 2020, quando fugiu do presídio estadual de segurança máxima pela porta lateral.Mentor da 'Barbárie de Queimadas' com pena de 108 anos é preso no RJ mais de 3 anos após fugir de presídio de segurança máximaDivulgação/Polícia CivilEduardo foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão. Ele foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.O criminoso fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1, no dia 17 de novembro de 2020. Eduardo trabalhava na cozinha e quando um policial penal esqueceu um molho de chaves no local onde o detento trabalhava, ele pegou as chaves, abriu o almoxarifado e saiu pela porta lateral do presídio.Eduardo dos Santos Pereira é acusado de ser o mentor da 'Barbárie de Queimadas' e está foragidoReprodução/TV Cabo BrancoNo momento da fuga, quatro policiais penais faziam a segurança do setor e foram encaminhados à Central de Polícia para prestar esclarecimentos. Um deles foi autuado por facilitação culposa e, em seguida, liberado.Segundo Tércio Chaves, o policial penal que teria esquecido as chaves foi indiciado, mas o Ministério Público da Paraíba (MPPB), até agora, não ofereceu denúncia contra ele.Vídeos mais assistidos do g1 Paraíbaf