Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Paraiba

Braiscompany movimentou mais de R$ 1 bilhão e tinha 20 mil clientes, entre eles Popó e Lucas Veloso

.


Foto: Reprodução internet
Braiscompany prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês. Casal fundador foi preso na Argentina. Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, e Fabricia Ais, fundadores da Braiscompany

Reprodução/Braiscompany

Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Ais, e a esposa, Fabrícia Farias, sócios da empresa de criptoativos Braiscompany, que tinha sede na Paraíba, foram presos nesta quinta-feira (29) na Argentina depois de passar mais de um ano foragidos da polícia. De acordo com a sentença que condenou os dois, juntos, a mais de 150 anos de prisão, o casal desviou cerca de R$ 1,11 bilhão e fez mais de 20 mil clientes como vítimas.

Esse valor foi repassado à empresa e aos sócios e colaboradores por meio de transferências de criptoativos, entrega de valores em espécie, transferências bancárias para contas pessoais, transferência da propriedade de bens móveis e imóveis e cessões de direito de crédito.

Estima-se que, até o momento, provavelmente 16% do R$ 1,1 bilhão de reais movimentados pelo esquema (176 milhões de reais) foram desviados diretamente em favor do casal. Relembre o esquema da Braiscompany.

O que é a Braiscompany?

A Braiscompany é uma empresa fundada e sediada em Campina Grande, no Agreste da Paraíba. A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram "alugados" para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.

Sede da Braiscompany, em Campina Grande

Ewerton Correia/TV Paraíba

O que a Braiscompany prometia?

A Braiscompany prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.

Início das denúncias

No final de dezembro de 2022, o ator paraibano Lucas Veloso denunciou a empresa nas redes sociais. O artista disse que sofreu um prejuízo por não ter o retorno financeiro prometido pela empresa. O valor seria investido em forma de patrocínio para o filme de Lucas.

Antônio Ais negou a informação, mas depois de Lucas, outros clientes começaram a relatar atrasos nos pagamentos dos investimentos.

Fantástico faz levantamento exclusivo sobre pirâmides com criptomoedas

De acordo com a Braiscompany, os primeiros atrasos foram causados por um aplicativo que estava em fase de testes e deixou os pagamentos lentos. Em seguida, a empresa culpou a corretora de criptoativos, Binance, passou a travar as operações e limitar a capacidade de pagamento.

O lutador Popó também esteve entre as vítimas do golpe. Popó teve uma perda financeira de R$ 1,2 milhão. "A forma que o cara olhava, as lives que ele fazia todo dia, o poder de convencimento que esse cara tinha, que a coisa era real", conta Acelino Popó, campeão mundial de boxe.

E enquanto vítimas começaram a aparecer, o dono da Braiscompany, Antônio Neto e a esposa, Fabrícia Campos, sumiram.

Empresa foi alvo de operações da Polícia Federal

A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.

No dia 23 de fevereiro, aproximadamente R$ 15,3 milhões foram bloqueados de contas de pessoas vinculadas à Braiscompany.

O nomes de Antônio e Fabrícia estavam desde fevereiro de 2023 na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.

Policiais federais dentro da sede da Braiscompany, em Campina Grande

Divulgação/PF

Vida de luxo

Além da taxa de retorno financeiro muito acima do regularmente praticado no mercado, boa parte da atração exercida pela Braiscompany está ligada à imagem de seu fundador, Antônio Inácio da Silva Neto. Ele adotou suas três primeiras iniciais como sobrenome e se apresenta como Antônio Neto Ais.

Quem é Antônio Neto Ais, fundador e CEO da Braiscompany

O empresário mantinha um Instagram com fotos bem produzidas, registros ao lado de celebridades e vídeos motivacionais. Quando o golpe estourou, sua rede social registrava 900 mil seguidores, que consumiam conteúdo sobre uma vida de luxo e sucesso individual.

Em setembro, o g1 teve acesso ao relatório da Polícia Federal afirmando que ambos fugiram do país pela fronteira terrestre com a Argentina.

Condenação do 'casal Braiscompany' e demais acusados

No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany.

Foram condenados o 'casal Braiscompany', Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.

Confira os nomes e penas:

Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses

Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses

Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses

Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos

Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses

Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses

Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses

Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos

Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses

Deyverson Rocha Serafim – 5 anos

Felipe Guilherme de Souza - 18 anos

Prisão

Antônio e Fabrícia foram presos perto do condomínio onde o casal estava escondido, na Argentina. De acordo com a PF, todos os detalhes da ação que resultou na prisão vão ser divulgados nesta sexta-feira (1º).

Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!