Evento está na 34º e homenageia a técnica de bordado à mão. Peças ficam expostas até o dia 3 de julho no Museu de Arte Contemporânea (MAC). Bordado sendo feito por Rafa Araújo
Iara Alves/ g1
Dá pra sentir na voz de Maria Helena a emoção ao falar sobre a arte que passa pelas mãos de todas as mulheres da família. Quando tinha apenas de 12 anos de idade, ela aprendeu as primeiras lições de bordado com a mãe, que também compartilhou o que sabia com outras duas filhas. As peças delas estão expostas na 34ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, evento que faz parte da programação de São João de Campina Grande.
“O bordado conta a história da minha família. Faz parte da nossa história e da nossa vida”, refletiu.
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E os produtos bordados são as principais fontes de renda das quatro. Por isso, ela partiu de João Pessoa, onde mora, para trabalhar o mês inteiro em Campina Grande. Para isso, foi preciso dividir o aluguel de uma casa com outras pessoas.
“Tô gostando bastante de conhecer pessoas de todo o Brasil. Também tô conhecendo o São João de Campina. Vendo como fica a cidade nesse momento, um clima legal e aconchegante. Em todo canto você encontra um trio de forró tocando”, destacou.
Maria Helena expondo peças no Salão do Artesanato em Campina Grande
Iara Alves / g1
Já quando Rafa Araújo cruza a agulha no tecido, não faz apenas com que a linha forme letras e imagens. E ela sabe disso. É dom o consciente que a bordadeira laça afetos e conta histórias.
“O bordado é uma forma de materializar sentimentos. As pessoas projetam ali o que elas querem passar pra alguém. Como as encomendas são mais pra presente, [os bordados] são pra um momento bem especial. Então ele está realmente ligado a essas histórias”, explicou.
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Dos 30 anos de idade que tem, cinco foram devotados à arte de bordar, a qual ela aprendeu quase sozinha.
“Comecei por curiosidade. Vi peças na internet e fui tentando fazer. Fui me descobrindo e aprendi na internet mesmo”, lembrou.
Rafa Araújo expondo peças no Salão do Artesanato em Campina Grande
Iara Alves / g1
Rafa ainda divide as atividades com o bordado com o trabalho em uma loja familiar. O tempo, por diversas vezes, é curto para manusear tanta delicadeza. Por isso, nenhum segundo pode ser desperdiçado. Enquanto expõe o que foi produzido, as mãos e o coração não param de bordar.
“O bordado é o que me encanta de verdade. Pra mim, aqui é como uma vitrine pra as pessoas me conhecerem. Tem que trabalhar todo tempo. É vendendo e repondo, vendendo e repondo”, concluiu.
Ambas as bordadeiras trabalham com a modalidade de bordado livre e produzem peças semelhantes. Entre os trabalhos, estão imagens sacras e frases bíblicas. Além disso, toda a nordestinidade que respiram.
Salão do Artesanato homenageia técnica do bordado à mão
O Salão do Artesanato de campina Grande voltou a acontecer de forma presencial após dois anos suspenso por conta da pandemia de Covid-19.
A técnica do bordado à mão é a grande homenageada desta 34ª edição, que reúne artesãos de Campina Grande, João Pessoa, Gurinhém, Alagoa Nova e Serra Redonda.
Chaveiros bordados, expostos no Salão do Artesanato em Campina Grande
Iara Alves / g1
Dessa forma, a intenção é que os bordados contem histórias das famílias e comunidades, passadas de geração em geração.
Embora o bordado seja a estrela do salão, outros tipos de artes também estão expostos. Também há trabalhos feitos de barro, madeira, fotografia, crochê e couro.
O evento acontece até o dia 3 de julho, das 15h até 22h, no Museu de Arte Contemporânea (MAC). O espaço está situado na Rua João Lélis, 581, no bairro Catolé. A entrada é franca, mas os visitantes podem doar um quilo de alimento.
Escultura de argila, que imita vila colorida de casas, exposta em Campina Grande
Iara Alves / g1
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