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Governador, secretários e padres: defesa de padre Egídio pede que 35 testemunhas sejam ouvidas

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Por PB Já em 02/02/2024 às 11:20:30
Documento com rol de testemunhas é uma resposta à denúncia de que Egídio teria desviado uma quantia de R$ 193.440,00, sendo R$ 122.000,00 para a compra de um veículo. Padre Egídio foi preso na manhã desta sexta-feira, 17 de novembro, em João Pessoa, por suspeita de desvios de recursos do Hospital Padre Zé

Reprodução/TV Cabo Branco

A defesa do Padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, solicitou à 4ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa, o anexo de 35 testemunhas no processo em que o religioso é acusado pelo Ministério Público da Paraíba de desviar cerca de 140 milhões em recursos da entidade filantrópica. Entre os nomes solicitados, estão o governador da Paraíba, João Azevêdo, o secretário de estado da saúde, Jhony Bezerra, e o arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson.

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O documento é uma resposta à denúncia de que Egídio teria desviado uma quantia de R$ 193.440,00, sendo R$ 122.000,00 para a compra de um veículo, em nome da segunda acusada, e o valor de R$ 71.440,00 na forma de fraude em contrato de locação, pelo período de 20 meses.

Entre as demais testemunhas, estão, ainda, o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (PSB), o secretário de estado da administração, Tibério Limeira; a secretária de estado de desenvolvimento humano, Pollyana Dutra, o secretário municipal de saúde de João Pessoa, Luis Ferreira. (veja a lista completa no fim da matéria)

O pedido de inclusão dessas testemunhas foi protocolado em uma ação na qual a defesa pede à Justiça a rejeição da denúncia do MPPB por "inépcia e pela ausência de justa causa para início da ação penal".

O rol de testemunhas em anexo na resposta da defesa não significa envolvimento direto e confirmado com o caso. No entanto, é feito para garantir ampla defesa do acusado. Eles devem ser intimados e, portanto, são obrigados a comparecer.

Cabe à Justiça decidir o que fazer com a solicitação da defesa do Padre Egídio.

Rol de testemunhas solicitado pela defesa

Dom Frei Manoel Delson Pereira da Cruz – Arquidiocese

Padre Marcelo Monte de Sousa – Paróquia Jesus Cristo Rei

Padre Jairo Barbosa Neves – Paróquia Santo Antônio do Menino Deus

Padre Cláudio Augusto Guerreiro Álvaro – Paróquia São Pedro e São Paulo

Padre Irapuan Ramos da Silva Paróquia Jesus Ressuscitado

Padre José Alves de Oliveira Nossa Senhora da Soledade e São Sebastião

Padre Carlos Emanuel Cardoso de Lima – Paróquia São Pedro e São Paulo

Padre Cícero Salvador Vieira – Paróquia Divino Espírito Santo

Padre Cláudio Euzébio de Amorim – Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Padre Josinaldo Nascimento de Araújo – Paróquia Sagrado Coração de Jesus

Padre Luiz Brasiliano de Santana Martins – Paróquia Nossa Senhora das Dores

Padre Manoel Natalino Marques – Paróquia Nossa Senhora da Conceição

Mons. Ivonio Cassiano De Oliveira – Paróquia Santo Antônio de Lisboa

Adriano Cezar Galdino De Araújo – Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba

Carlos Tibério Limeira Santos Fernandes – Secretaria de Estado da Administração

Yasnaia Pollyanna Werton Dutra - Secretária de Estado do Desenvolvimento Humano

Lídia Dantas Werton (Mãe de Pollyana Dantas)

João Azevêdo Lins Filho - Av. Min. José Américo de Almeida

Pavlova Arcoverde Coelho Lira – Presidente Comissão de Controle Interno

Jhony Wesllys Bezerra Costa – Secretário de Estado de Saúde

Renata Valéria Nóbrega – Secretária Executiva de Estado de Saúde

Fábio Antônio da Rocha Sousa– Ex- Secretário de Saúde de João Pessoa

Luis Ferreira Filho – Secretário Municipal de Saúde/JP -

Andreia Ribeiro Wanderley (convênios HPZ)

Renata Queiroga da Costas Barros (Assistente Social HPZ)

Alessandra Regina Provenzano da Silva Spinelly (Patrimônio HPZ)

Yuri Souza Marues Aguiar (Responsável pelos convênios pela SEDH)

Lidia Gomes Pedrosa Sousa (Comissão de Avaliação e Monitoramento de Projetos da Sec. Municipal de Saúde de João Pessoa)

Janiza Carvalho da Costa (Gerente da Célula Orçamentária em Saúde – COPS)

Christina Targino Fernandes Gomes (Fundo Municipal de Saúde de JP)

Maria Goretti Felismino Duarte Rolin (Coordenadora de Projetos da ASA)

Maria Jullianna Gomes do Nascimento (Coordenadora ASA)

Geraldo Tadeu Indrusiak da Rosa (Ex-Vice-Presidente do Instituto/Hospital e atual Presidente do Conselho Regional de Administração /PB)

Samuel Rodrigues Cunha Segundo (primeira pessoa presa na operação - solto em seguida)

Karina de Alencar Torres - Delegada de Polícia Civil

Granla Santo Antônio, do padre Egídio de Carvalho Neto

Antônio Vieira/TV Cabo Branco

O que diz a denúncia

Segundo a denúncia, os recursos para a compra do carro foram retirados de um Termo de Colaboração firmado pelo Instituto Padre Zé com o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano (SEDH), para execução de distribuição de alimentos para pessoas em situação de rua de Campina Grande e Guarabira.

A locação foi custeada por recursos de emenda parlamentar repassados de um Termo de Fomento com a Secretaria de Saúde de João Pessoa. O objetivo do convênio era atender venezuelanos na capital.

O Ministério Público calcula que a soma da compra do carro e pagamento pela locação apontam para um desvio de R$ 193,4 mil. A denúncia também traz registros de movimentação financeira nas contas do instituto e investigados, além de anotações que indicam transações.

Quando começou a investigação?

A operação 'Indignus' foi deflagrada na manhã do dia 5 de outubro, mas as irregularidades no Hospital Padre Zé começaram a ser investigadas quando mais de 100 aparelhos celulares foram furtados da instituição. Esse caso foi tornado público em 20 de setembro. A denúncia, no entanto, foi feita em agosto e imediatamente um inquérito policial foi aberto. Um suspeito, inclusive, chegou a ser preso, mas responde em liberdade e cumpre medidas cautelares.

Padre Egídio deixou a direção do hospital logo após a denúncia sobre o furto de celulares. Os celulares foram doados pela Receita Federal, oriundos de apreensões, e seriam vendidos em um bazar solidário para comprar uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.

No desenrolar das investigações do furto, a Arquidiocese da Paraíba anunciou que estava afastando o padre Egídio de qualquer ofício ou encargo eclesiástico. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.

Após o furto dos celulares, uma denúncia anônima foi apresentada ao Ministério Público da Paraíba apontado uma série de irregularidades na gestão do padre Egídio.

Na terça, 3 de outubro, uma força-tarefa composta por órgãos públicos da Paraíba foi formada para investigar irregularidades no Hospital Padre Zé.

O Hospital Padre Zé, em João Pessoa, afirmou que constatou inúmeras dívidas que comprometem sua funcionalidade após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira da instituição. A gestão disse que a primeira providência foi solicitar ao Ministério Público da Paraíba uma ampla auditoria em todas as contas, contratos, convênios e projetos do hospital.

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