Júri já foi adiado anteriormente após defesa apresentar atestado médico. Para a promotora Artemise Leal, o adiamento do júri é uma estratégia da defesa. Johannes Dudeck, suspeito de matar a estudante de medicina Mariana Thomaz, em João Pessoa
Reprodução/TV Cabo Branco
A defesa do empresário Johannes Dudeck, acusado de matar e estuprar a estudante Mariana Thomaz, solicitou novo adiamento do júri popular, marcado para o dia 9 de novembro, no Fórum Criminal de João Pessoa. O réu será julgado por feminicídio e estupro contra a estudante, crime ocorrido em março de 2022.
No novo pedido, o advogado do réu alega que irá participar de um congresso em Minas Gerais. O julgamento já foi adiado anteriormente, quando deveria ocorrer em 20 de setembro, mas o advogado do acusado apresentou um atestado médico, informando que não poderia comparecer ao julgamento.
Para a promotora Artemise Leal, o adiamento do júri é uma estratégia da defesa para atrasar o julgamento, e irá comunicar o fato à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB).
"O juiz marcou essa data do dia 9, a pedido do advogado, ele disse que estava doente e sugeriu essa data. Na data de ontem, ele disse que participará de um congresso e manejou mais um pedido de adiamento. Ou seja, o advogado já vem dando caso ao segundo adiamento de um júri", explicou Artemise.
A promotora disse ainda que o adiamento é um desrespeito com todos os envolvidos.
" É um processo de réu preso, portanto é prioritário. Além disso, é um desrespeito à Justiça, ao assistente de acusação e aos familiares da vítima, que são de outro Estado, que estão de passagens aéreas compradas para essa data", disse.
O Ministério Público da Paraíba é contra o adiamento e solicitou à Justiça que o julgamento aconteça ainda em novembro.
O MPPB solicita ainda, que se a defesa solicitar o adiamento pela terceira vez, o réu seja intimado para contratar outro advogado, e se não fizer, que seja nomeado um defensor público.
Entenda o caso
Mariana Thomaz foi morta por esganadura.
Reprodução/Redes sociais
O corpo de Mariana Thomaz foi encontrado com sinais de estrangulamento em um apartamento, na orla do Cabo Branco, em João Pessoa, no dia 12 de março de 2022. A polícia descobriu o corpo após receber uma ligação do acusado Johannes Dudeck, informando que Mariana estava tendo convulsões.
A perícia observou sinais de esganaduras, então Johannes foi preso no local e encaminhado para um presídio especial de João Pessoa, porque alegava ter curso de nível superior. Porém, ele não apresentou o documento que comprovava a formação e em setembro de 2022 foi transferido para o presídio do Roger.
O relatório final do inquérito indicou os crimes de feminicídio e estupro, conforme informações obtidas do laudo tanatoscópico do Instituto de Polícia Científica (IPC), exame feito para comprovar a existência de violência sexual.
A jovem, de 25 anos, era natural do Ceará e estava na Paraíba para cursar a graduação de medicina. Segundo informações da Polícia Civil, o acusado estava em um relacionamento há um mês com a vítima.
Família cobra justiça por assassinato da jovem Mariana Thomaz, assassinada na Paraíba
Lei de proteção às mulheres é sancionada
Foi sancionada no dia 19 de maio a Lei Mariana Thomaz, que facilita a divulgação, por parte das instituições de assistência e proteção à mulher, dos locais onde podem ser consultados os antecedentes criminais de terceiros.
A lei estabelece que as instituições estaduais direcionadas à assistência e acompanhamento às mulheres devem promover, em seus espaços e materiais próprios, a divulgação dos sites e demais locais de consulta sobre os antecedentes criminais de terceiros.
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