Motoboy foi perseguido, atropelado e agredido. O advogado teve habeas corpus acatado pela Justiça e vai responder em liberdade. Luan Sampaio, motoboy perseguido e atropelado por advogado em Campina Grande
Reprodução/TV Paraíba
“Não me sinto mais confortável de voltar às ruas”, relatou o motoboy Luan Sampaio em entrevista à TV Paraíba. Em março, ele foi perseguido, atropelado e agredido pelo advogado Pedro Mário Fernandes, que achou que Luan era um assaltante que roubou seu celular em um bar, em Campina Grande. Uma decisão da Justiça determinou a soltura do advogado.
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Segundo o motoboy, foi feito um acordo judicial com a defesa do advogado. Ele recebeu outra motocicleta, mas não se sente mais à vontade para rodar nas ruas de Campina Grande.
“Depois do ocorrido, eu achei melhor que não voltasse mais a fazer corridas. Não me sinto mais tão seguro quanto antes. Apesar de já estar com a moto, mas não me sinto confortável a voltar às ruas para exercer o que eu estava fazendo”, relatou o motoboy.
Soltura do advogado
O desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), acatou um pedido de habeas corpus da defesa do advogado Pedro Mário Fernandes, e determinou a liberdade dele.
Ele confessou o crime e disse à polícia que atropelou a vítima achando que era um assaltante que teria roubado seu celular em um bar. Pedro Mário vai precisar cumprir uma série de medidas cautelares, como ficar proibido de frequentar bares e festas, por exemplo.
Sobre a decisão judicial, o motoboy, disse, à TV Paraíba, que acredita na eficácia da Justiça.
"Sobre a decisão do desembargador, eu não sou capaz de fazer julgamentos, apesar de ser uma das partes envolvidas. Mas já que o desembargador achou melhor fazer a soltura dele [advogado], que seja feita. Acredito na Justiça brasileira”, relatou a vítima.
Momento em que o advogado atropela o motoboy acreditando que era um dos suspeitos de assalto em bar, em Campina Grande
Reprodução/TV Paraíba
Na decisão, o magistrado alega que não há motivos para manter a prisão do advogado, já que o suspeito "se apresentou espontaneamente à autoridade policial, além de estar profundamente arrependido de sua conduta, tendo firmado acordo com a vítima para ressarcimento dos danos causados".
Foram impostas cautelares para que a soltura do advogado fosse confirmada, Ele precisa comparecer em juízo mensalmente; não deve frequentar bares e festas; não deve manter contato com a vítima e com testemunhas; não sair de Campina Grande sem autorização da Justiça; e manter o recolhimento noturno.
Entenda o caso
Após ser assaltado, na noite de 3 de março, em um bar localizado em Campina Grande, o advogado Pedro Mário Fernandes perseguiu, atropelou e agrediu um motociclista ao suspeitar que ele fosse um dos assaltantes.
Depois de ser assaltado, ele começou a perseguir os suspeitos do assalto. Alguns metros depois, viu o motociclista. De acordo com o relato do policial militar que foi acionado para o caso, o advogado teria relacionado as características da motocicleta da vítima com as dos assaltantes.
Quando viu a vítima, que estava parada em um estacionamento, o homem o atropelou com o carro. Depois do atropelamento, enquanto o motociclista o filmava, o motorista ainda saiu do carro e agrediu. Após a agressão, ele fugiu do local.
Em 6 de março, o advogado foi preso e, um dia depois, encaminhado para o Presídio Especial Valentina Figueiredo, em João Pessoa. A manutenção da prisão dele e sua transferência para uma unidade prisional foi definida em audiência de custódia realizada em 7 de março.
Após assalto, homem atropela motociclista ao achar que fosse um dos assaltantes
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