Procedimento preparatório foi instaurado para acompanhar a situação da maternidade. Secretaria de Saúde tem 10 dias para apresentar informações sobre a falta de energia no local. Bebês são transferidos preventivamente para outros hospitais por conta de falta de energia em maternidade de Campina Grande
Reprodução/TV Cabo Branco
Representantes do Ministério Público da Paraíba (MPPB) realizaram uma vistoria na maternidade do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, Agreste da Paraíba, na manhã desta segunda-feira (23). No sábado (21), uma queda de energia fez com que bebês e gestantes que estavam internados na UTI fossem transferidos para outras unidades de saúde do município.
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De acordo com a Secretaria de Saúde de Campina Grande, a interrupção no abastecimento de energia no Isea foi ocasionada por um curto-circuito em um cabo subterrâneo que liga os sistemas. Os reparos foram realizados por trabalhadores da concessionária de energia ao longo do sábado (21), e um gerador extra foi ligado por outra rede de distribuição.
A Secretaria de Saúde afirmou no domingo (22) que a energia na maternidade do Isea foi restabelecida ainda na noite do incidente, mas na manhã desta segunda-feira (23) várias mães relataram a equipe da TV Paraíba que não estavam tendo acesso ao atendimento clínico no local.
Maternidade do Isea, em Campina Grande
Reprodução/TV Paraíba
Representantes do Ministério Público da Paraíba foram até o Isea vistoriar o espaço. Estiveram no local a promotora da saúde de Campina Grande, Adriana Amorim, o promotor da Criança e do Adolescente de Campina Grande, Leonardo Clementino Pinto, além de representantes da Secretaria de Obras e Secretaria de Saúde do município, e direção do Isea.
De acordo com Adriana Amorim, um procedimento preparatório de inquérito civil foi instaurado para acompanhar a situação da maternidade. O MP solicitou informações sobre as causas da falta de energia à Secretaria de Saúde, que tem 10 dias para retornar.
"Fomos verificar as ações emergenciais que foram adotadas, as ações pontuais para reparo da situação e as ações mais amplas, como um projeto para renovação desse cabeamento que, de fato, é bem antigo", disse Adriana Amorim.
Ainda de acordo com a promotora, a energia foi restabelecida na UTI Neonatal, na UTI Semi-intensiva e no Berçário Intermediário. Durante a visita, o fornecimento de energia elétrica também foi normalizado na UTI Materna e nas alas de alto risco. Somente nesta segunda (23) as gestantes que haviam sido transferidas para o Hospital Municipal Dr. Edgley voltaram ao Isea.
"O que nós pugnamos foi para que houvesse o retorno das regulações, porque precisa haver a normalização e aceitação das gestantes como antes. A estrutura tem que atender todo o estado. A gente sabe da importância do Isea e da necessidade de que essa estrutura funcione, porque não tem como parar", afirmou a promotora.
O Ministério Público também expediu um ofício ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), solicitando uma fiscalização das instalações do Isea, para averiguar as condições do local.
Além da necessidade de transferência de bebês e gestantes, a interrupção do abastecimento de energia no local também provocou preocupação a respeito do leite armazenado no Banco de Leite do Isea. O insumo foi levado para a Sala de Vacinação da Secretaria de Saúde de Campina Grande e não teve a qualidade danificada.
Maternidade do Isea
Maternidade do ISEA na década de 1950
Divulgação/IHCG
A maternidade do Isea foi fundada em 1951 e atende gestantes e bebês de Campina Grande e de mais outros 170 municípios da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Atualmente, a unidade é a única a realizar partos e acompanhamento de alto risco gestantes e bebês, exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
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