Em 1991, Roberto Dinamite, que morreu neste domingo, participou do Torneio Início do Campeonato Paraibano como atacante do Guarabira Esporte Clube. Há 10 anos, o goleiro Neto, então defensor do Nacional de Cabedelo, relembrou defesa. Roberto Dinamite foi o maior artilheiro da história do Campeonato Carioca com 279 gols.
Reprodução/Arquivo Pessoal
Há quase 32 anos, um goleiro paraibano conseguiu um feito para poucos: ele “parou” Roberto Dinamite, ídolo do Vasco que morreu na manhã deste domingo (8), no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações causadas por um câncer de intestino. Em 2012, o ge Paraíba entrevistou o pessoense Neto, que atuava Nacional de Cabedelo e defendeu um pênalti de Dinamite no Torneio Início do Campeonato Paraibano de 1991.
A façanha aconteceu no Estádio Sílvio Porto, em Guarabira, no Brejo paraibano. Na época, Roberto Dinamite estava sem time, depois de jogar o Campeonato Brasileiro de 1989 pela Portuguesa e o Carioca de 1990 pelo Campo Grande. O atacante foi convidado pelo então Guarabira Esporte Clube, hoje Associação Desportiva Guarabira, para jogar a competição, que aconteceu durante um dia todo e servia para promover a realização do Campeonato Paraibano.
Estádio Silvio Porto, em Guarabira
Expedito Madruga/TV Cabo Branco
A partida entre Guarabira e Nacional foi a primeira do Torneio Início. Eram dois tempos de 15 minutos e logo nos primeiros cinco minutos aconteceu o lance que mudou para sempre a carreira (e o nome) do goleiro Neto, recém-saído das categorias de base do Botafogo-PB. Pênalti para o Guarabira.
Roberto Dinamite, um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro, foi para a cobrança e bateu forte, sob os gritos dos torcedores na arquibancada. Mas ele não esperava que Neto iria defender a cobrança.
“Nunca imaginei viver uma situação daquela. Estava ali diante de um dos maiores jogadores do futebol brasileiro e defendendo um pênalti. É claro que fiquei emocionado”, disse Neto ao ge Paraíba.
A partida prosseguiu e no tempo regulamentar Dinamite ainda cobrou uma falta no ângulo, e mais uma vez Neto - que a partir dali passou a ser conhecido como Neto Dinamite - conseguiu defender. O jogo terminou empatado em 0 a 0 e a decisão foi para os pênaltis. Mais uma vez atacante e goleiro ficaram frente a frente.
Após defender pênalti e falta de Roberto Dinamite, o goleiro Neto passou a ser conhecido como Neto Dinamite
Alberi Pontes/Jornal da Paraíba
“Ele chegou para mim e disse: "vou bater no mesmo canto e você não vai pegar". Ele bateu e eu ainda cheguei a tocar na bola, que bateu na trave e entrou”, contou Neto.
O Guarabira venceu a partida, mas acabou não indo muito longe no torneio, sendo eliminado na partida seguinte, contra o Campinense Clube, encerrando a única passagem de Roberto Dinamite pelo futebol paraibano. Há 10 anos, o ídolo do Vasco relembrou o momento. “Fui convidado para participar da festa e aceitei. Lembro que houve sim esse pênalti e o rapaz foi bem, conseguiu defender”, contou o atacante, que logo em seguida foi recontratado pelo Vasco.
Já paraibano seguiu atuando, agora adotando o apelido de Neto Dinamite. Na Paraíba, passou pelo Auto Esporte, pelo Santa Cruz de Santa Rita e pelo Santos de Tereré, clube em que se aposentou enquanto goleiro. No Nordeste ainda atuou pelo Estudantes de Timbaúba, Parnamirim, Vasco-SE, Corinthians-AL e Cruzeiro-AL.
Depois de aposentado, virou preparador de goleiros, com passagens pelo CSP e Botafogo-PB, com contrato atual com Auto Esporte, de João Pessoa, para o Campeonato Paraibano 2023.