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Guia ou programa eleitoral? Pernambuco, Alagoas e Paraíba têm forma diferente de chamar a propaganda política obrigatória

Por PB Já em 07/10/2022 às 16:14:19
Horário eleitoral gratuito com propostas dos candidatos ao segundo turno começou a ser exibido nesta sexta (7). Cartela do horário eleitoral gratuito na TV

Reprodução/TV Globo

Em todo o Brasil, começou nesta sexta-feira (7) a exibição da propaganda eleitoral na televisão e no rádio, ou, como é mais conhecido na maior parte dos estados, o programa eleitoral. Entretanto, para a população de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, o que começou mesmo foi o "guia", expressão utilizada pelos três estados para se referir ao horário eleitoral gratuito.

Não há diferença entre o guia eleitoral e o programa eleitoral. Ambos os termos se referem à propaganda eleitoral exibida nas emissoras de TV e rádio, estabelecida pela Lei Federal 9.504/97, a Lei das Eleições.

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De acordo com a professora de português Fernanda Bérgamo, a explicação mais provável para a diferença é a variedade linguística, mesmo motivo pelo qual, em Pernambuco, a mandioca é chamada de macaxeira, enquanto, em São Paulo, se chama aipim.

“Essa questão dessa preferência por guia ou por programa, é um exemplo clássico de variedade linguística. Mas é importante dizer que, na definição da lei, é "programa eleitoral", o que não pegou no coloquial, porque fica parecendo que é o calhamaço de papel com as propostas dos candidatos”, explicou.

O “guia eleitoral” é adotado até mesmo pela Justiça Eleitoral. No site do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, nestas eleições, é possível encontrar notícias usando o termo. Em outros estados, como no TRE do Paraná, utiliza-se “programa eleitoral”, por exemplo.

Já na cartela que aparece na TV quando há a exibição do programa, o está escrito "propaganda eleitoral gratuita", termo que consta na Lei das Eleições, que também faz referência a "horário eleitoral gratuito" e a "programa eleitoral".

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Reprodução

Em Pernambuco, o termo “guia eleitoral” é utilizado na imprensa pelo menos desde a eleição de 1962, última antes da ditadura militar. Naquele ano, em Pernambuco, Miguel Arraes, então do PST, foi eleito governador pela primeira vez. Ele foi preso e deposto em 1964, em sequência ao golpe de Estado que depôs o presidente João Goulart (PTB).

A cientista política Priscila Lapa trabalha há mais de 20 anos com campanhas políticas. Ela disse que, durante toda a carreira, sempre usou o termo “guia eleitoral”.

Somente em 2012, ao atuar numa campanha fora de Pernambuco, soube que o resto do Brasil não conhecia o termo.

“Pode ter sido algo na entrega dos programas eleitorais, porque, no século passado, se entregava o plano de mídia nas emissoras com a capa escriturada, e alguém pode ter se referido ao guia de programação, com a ordem dos partidos. Alguém disse "está aí o guia", e isso foi incorporado até pela Justiça Eleitoral local”, disse.

Propaganda eleitoral

A propaganda eleitoral é exibida, pelo período que antecede as eleições, por todo o sistema de TV e rádio do país e transmite as propostas e a apresentação dos candidatos a determinados cargos.

No segundo turno, o tempo é dividido por igual entre os candidatos mais bem colocados. Em Pernambuco, concorrem Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB), que receberam 23,97% e 20,58% dos votos válidos no primeiro turno, respectivamente.

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