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Estudantes de escola integral de João Pessoa protestam contra deficiências estruturais: 'não aguentamos mais o calor'

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Por PB Já em 07/03/2024 às 13:10:27
Protesto foi na Padre Hildon Bandeira. Estudantes paralisaram aula, fecharam o trânsito e exigiram melhorias que torne o ambiente menos insalubre. Secretaria promete corrigir problema. Estudantes protestam em frente à Ecit Padre Hildon Bandeira

Grêmio Estudantil da Escola Padre Hildon Bandeira/Divulgação

Estudantes da Escola Estadual Cidadã Integral Técnica (Ecit) Padre Hildon Bandeira, em João Pessoa, paralisaram as aulas na manhã desta quinta-feira (7) para protestar contra deficiências estruturais na unidade escolar. A principal reinvidicação é com relação à falta de uma climatização adequada aos estudantes e professores em sala de aula.

Com aproximadamente 200 estudantes matriculados na escola, o corpo discente foi às ruas com faixas de protesto, com frases como "não aguentamos mais o calor", "SOS educação" e "a educação depende do bem estar do aluno/professor". Em certo momento, fecharam a via em frente à unidade para chamar a atenção da sociedade para o problema.

Procurado pelo g1, a Secretaria de Estado da Educação informou por meio de nota que uma equipe de engenheiros eletricistas vai ser deslocada em caráter de urgência para a unidade para averiguar as necessidades elétricas da escola. A equipe vai avaliar se será preciso instalação de subestação ou se apenas um aumento de carga será suficiente para atender as demandas da escola. Diante dessa resposta, vai ser definido um cronograma para a instalação dos ares-condicionados para melhoria do conforto térmico dos estudantes e profissionais.

Cartazes exigem melhorias numa das primeiras escolas integrais de João Pessoa

Grêmio Estudantil da Escola Padre Hildon Bandeira/Divulgação

Integrante do grêmio estudantil da Ecit e estudante do 3º ano do Ensino Médio, Sarah Delmiro destaca que o protesto acontece porque o alunado já não aguentava mais tudo o que estava posto.

"A Padre Hildon Bandeira foi uma das primeiras escolas a se transformar em técnica e integral, mas ela não tem estrutura para isso", critica.

A estudante diz que existem outros problemas estruturais e, em paralelo, escassez de reformas para resolver os problemas. Mas o pior deles seria mesmo o "calor infernal" que se faz nas salas de aula.

"Cada sala de aula tem cerca de 35 estudantes e não existem ventiladores suficientes. Os estudantes muitas vezes trazem ventiladores de casa, mas já tem muitos passando mal", explica.

Estudantes fecham via em frente à Escola Padre Hildon Bandeira

Grêmio Estudantil da Escola Padre Hildon Bandeira/Divulgação

Sarah pondera ainda que o grêmio estudantil já enviou uma série de ofícios para a Secretaria de Estado da Educação e que, no ano passado, com a articulação da Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas, chegou a conseguir uma audiência com o secretário Antônio Roberto. Mas que nada disso surtiu em efeitos práticos.

Diante de todo o cenário, Sarah diz que outros protestos não estão descartados. "Estamos conversando entre os integrantes do grêmio estudantil. Se não formos atendidos, outros protestos virão", garante.

As reinvidicações da estudante são ecoadas pelo professor de geografia Diego Glémerson de Lima e Silva, que há três anos leciona na Ecit.

Ele destaca que no ano passado a escola passou por uma reforma que a preparou para receber um sistema de climatação, com a instalação de ares-condicionados, mas que a segunda etapa desse projeto não foi levado adiante.

"As salas foram todas fechadas, os combogós foram tampados com concreto, acabando com a ventilação natural das salas de aula, mas os aparelhos de ar-condicionado não foram instalados até agora", reclama.

"SOS Educação", clamam estudantes da Escola Padre Hildon Bandeira

Grêmio Estudantil da Escola Padre Hildon Bandeira/Divulgação

Isso significa que, de acordo com o professor, perdeu-se a ventilação que existia, sem substituí-la em seguida. "O calor ficou impraticável", pontua.

Por fim, ele lembra o fato de se tratar de uma escola integral, em que os estudantes chegam às 7h30 e só saem às 17h. Que, ainda por cima, não possui vestiários para que os estudantes possam tomar banho. E não possui no refeitório cadeiras suficientes para todos os estudantes.

"É um ambiente muito insalubre", finaliza Diego.

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