O campeão de boxe Popó era um dos cerca de 20 mil clientes da Braiscompany. Antônio Ais e Fabrícia Farias, donos da empresa, foram presos na Argentina na quinta-feira (29). Juntos, eles foram condenados a mais de 150 anos de prisão. Caso Braiscompany: Popó diz que prisão de Antônio Ais é 'melhor presente de 2024'
Reprodução/Instagram
O campeão mundial de box Acelino Popó Freitas, um dos ex-clientes da Braiscompany, comemorou a prisão de Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Ais, dono da empresa e condenado a mais de 88 anos de prisão. Popó era um dos cerca de 20 mil clientes da Braiscompany. Antônio e a esposa, Fabrícia Farias, foram presos na quinta-feira (29) na Argentina.
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Em um post na rede social Instagram sobre a prisão de Antônio Ais, Popó deixou um comentário (veja acima), afirmando que a ação que resultou na prisão do dono da Braiscompany foi o "melhor presente de 2024".
Ainda em 2023, Popó afirmou ao Fantástico que investiu cerca de R$ 1,2 milhão. Na sentença que condenou o casal Braiscompany consta que casal desviou cerca de R$ 1,11 bilhão e fez mais de 20 mil clientes como vítimas.
"Eu tirei do meu bolso R$ 1 milhão, coloquei. Consegui tirar um mês só. No segundo mês ele sumiu (...) A forma que o cara olhava, as lives que ele fazia todo dia, o poder de convencimento que esse cara tin
Popó Freitas, campeão mundial de box
Reprodução/Instagram/Popó Freitas
ha, que a coisa era real", disse Popó em entrevista ao Fantástico.
O valor desviado foi repassado à empresa e aos sócios e colaboradores por meio de transferências de criptoativos, entrega de valores em espécie, transferências bancárias para contas pessoais, transferência da propriedade de bens móveis e imóveis e cessões de direito de crédito.
Ainda de acordo com a sentença que condenou o grupo, estima-se que, até o momento, 16% do R$ 1,1 bilhão movimentado pelo esquema (R$ 176 milhões) foram desviados diretamente em favor do casal. Relembre abaixo o esquema da Braiscompany.
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Prisão do "casal Braiscompany"
Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Ais, e a esposa, Fabrícia Farias, foram presos nesta quinta-feira (29) na Argentina depois de passar mais de um ano foragidos da polícia. A prisão do casal foi confirmada pela Polícia Federal. Os dois eram sócios da empresa de criptoativos Braiscompany, que tinha sede na Paraíba, e já foram condenados por crimes contra o sistema financeiro.
Antônio e Fabrícia foram presos perto do condomínio onde o casal estava escondido, na Argentina. De acordo com a PF, o casal estava usando criptomoedas para se manter na Argentina.
O "casal Braiscompany" já foi condenado pela Justiça. Antônio Inácio da Silva Neto pegou uma pena de 88 anos e 7 meses de prisão, e Fabrícia Farias, 61 anos e 11 meses. Também foram condenados outos 9 réus. O montante a ser reparado é de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.
Entre os crimes citados na sentença do juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande Vinícius Costa Vidor, estão operar instituição financeira sem autorização, gestão fraudulenta, apropriação e lavagem de capitais.
O nomes de Antônio e Fabrícia estavam desde fevereiro de 2023 na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.
Os advogados Nelson Wilians e Santiago Andre Schunck, representantes legais de Antonio Inácio da Silva Neto e sua esposa, Fabrícia Farias, esclarecem que até o presente momento não tiveram acesso aos detalhes relativos à prisão. "Enfatizamos nossa confiança no sistema judicial e acreditamos que, no curso do processo, todos os aspectos relacionados ao caso serão esclarecidos, com serenidade".
Entenda o caso
A Braiscompany é uma empresa fundada e sediada em Campina Grande, no Agreste da Paraíba. A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram "alugados" para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.
Sede da Braiscompany, em Campina Grande
Ewerton Correia/TV Paraíba
A Braiscompany prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado, segundo o Ministério Público. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.
Início das denúncias
No final de dezembro de 2022, o ator paraibano Lucas Veloso denunciou a empresa nas redes sociais. O artista disse que sofreu um prejuízo por não ter o retorno financeiro prometido pela empresa. O valor seria investido em forma de patrocínio para o filme de Lucas.
Antônio Ais negou a informação, mas depois de Lucas, outros clientes começaram a relatar atrasos nos pagamentos dos investimentos.
De acordo com a Braiscompany, os primeiros atrasos foram causados por um aplicativo que estava em fase de testes e deixou os pagamentos lentos. Em seguida, a empresa culpou a corretora de criptoativos, Binance, passou a travar as operações e limitar a capacidade de pagamento.
Quem é Antônio Neto Ais, fundador e CEO da Braiscompany
Condenação do 'casal Braiscompany' e demais acusados
No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany.
Foram condenados o 'casal Braiscompany', Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.
Confira os nomes e penas:
Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses
Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses
Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses
Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos
Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses
Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses
Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses
Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos
Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses
Deyverson Rocha Serafim – 5 anos
Felipe Guilherme de Souza - 18 anos
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